sábado, 8 de novembro de 2014

CROSS FIT



Fico muito preocupado quando textos como o que se encontra abaixo (O Segredo sujo do Cross Fit) aparecem com muitas evidências na  net. A verdade é tudo que é moda tende ao exagero e muitas vezes os exageros levam a lesões sérias muitas vezes com sequelas irreversíveis.O Cross Fit é mais umas dessas modas que aparecem e muitos acabam exagerando na forma de utiliza-lo, seja na busca de resultados estéticos ou simplesmente pelo lado competitivo. Muitas vezes o conceito e os objetivos de algumas modalidades nem sempre estão direcionados a saúde e a qualidade de vida. Creio que a melhor forma de resolver todos esses modismos e valorizar a presença de um profissional de Educação Física experiente, que possa organizar o volume, intensidade e a segurança do treinamento para aqueles que o pratiquem não só consigam seus resultados, mais também melhorem sua saúde e qualidade de vida.

O Segredinho Sujo do CrossFit
Todo mundo têm um tio que não querem que você conheça.
Permita-me apresentá-lo ao Tio Rabdo, o perturbador mascote não-oficial do CrossFit. O Tio Rabdo é um personagem de cartum citado com frequência na literatura do CrossFit, representando uma preocupante tendência entre os seus praticantes.
Ele é um palhaço. Literalmente.
O cartum do “Tio Rabdo” mostra um palhaço exausto, embora musculoso, conectado a uma máquina de diálise, próximo a alguns equipamentos de ginástica. Preocupantemente, seu rim caiu e permanece jogado ao chão, junto com uma porção dos seus intestinos. Há uma poça de sangue debaixo dos seus pés, mas não fica claro se é devido à queda dos intestinos, à irrigação arterial de seu rim ou a uma série de fasciotomias pelas quais ele foi aparentemente submetido. O Tio Rabdo, obviamente, sofre de Rabdomiólise.
A Rabdomiólise, além de ser uma palavra que soa delicadamente agradável e melódica, é uma doença séria, desagradável e potencialmente fatal causada por um colapso catastrófico das fibras musculares. Iremos entrar em detalhes em breve. Mas antes, vamos ouvir uma história.

Uma história de Rabdomiólise


Um dia, uma jovem colega fisioterapeuta, em ótima forma, foi fazer CrossFit. Ela já havia feito várias vezes antes. Em uma noite de calor no Texas, ela realizou um treino com uma parceira, no qual cada uma se revezava fazendo séries de 10 para cada exercício. O treinamento incluía flexões. Em grande número. Também foi incluída uma quantidade enorme de exercícios de desenvolvimento com barra.
Ela realizou centenas de repetições em cada exercício. Foi uma campeã!
“Eu não queria ficar atrás da minha parceira. Normalmente, teria descansado um pouco, mas o treino em parceria me fez continuar.”





A maioria das vítimas de rabdomiólise são pessoas em ótima forma. Não é uma doença que ataca novatos fora de forma que exageram no treino. (Foto de Victoria Garcia, via Flickr)

Essas duas atividades trabalham intensamente o tríceps. Assim, ela não se surpreendeu quando sentiu seus braços belos e bem trabalhados como duas tigelas de gelatina ao voltar para casa depois do CrossFit. Talvez fosse o calor. Talvez fosse o grande número de exercícios que ela fez. Os seus músculos estavam em crise. Ela aplicou gelo e se hidratou quando chegou em casa, como qualquer pessoa responsável que se exercita, mas o estrago já estava feito.
Nós, fisioterapeutas, somos como máquinas altamente precisas para a detecção de reações normais e anormais ao exercício e à atividade física. A pergunta “É normal sentir dor fazendo isso?” é uma que respondemos centenas de vezes durante a semana. Às vezes, a resposta é “sim”, e incentivamos o indivíduo a continuar o exercício. Outras vezes, é um sinal para descansar e dar início a um processo de recuperação. A detecção de sinais é um dos aspectos que estão profundamente ligados ao trabalho dos fisioterapeutas. Não podemos evitar. Assim, quando minha amiga acordou na manhã seguinte, seu alarme de reação anormal disparou. Ela não conseguia dobrar os cotovelos! Não conseguia nem alcançar a boca para escovar os dentes.
Ainda mergulhada na cultura de esgotamento, sofrimento e repetição do CrossFit, ela desligou seu alarme e foi trabalhar com uma estoica indiferença. Não demorou muito até ela perceber que não conseguia dobrar os braços, como também não tinha nenhuma força neles. Ele não pôde tratar seus pacientes. À noite, seus braços esbeltos continuaram a inchar até virarem dois hotdogs cheios de dor e arrependimento, e ela começou a perceber que os alarmes da manhã não foram falsos.
O inacreditável é que demorou mais 24 horas para que seu juízo profissional rompesse as amarras da cultura CrossFit, e para que ela buscasse auxílio médico. Ela foi diagnosticada com rabdomiólise aguda, e acabou internada no hospital por mais de uma semana. Enquanto ela estava na Emergência, seus índices de creatina-quinase (CK) foram examinados. O índice normal é em torno de 100. Seus índices de CK estavam acima de 45.000, um número que indica dano aos rins.
Ainda no hospital, ela ligou para cancelar sua matrícula no programa de CrossFit. Como é de praxe sempre que cancelamos algo, o técnico de CrossFit perguntou o motivo da sua decisão. ”Estou no hospital.” ela respondeu. O instrutor rapidamente perguntou, “É rabdo?”
E aqui chegamos ao segredinho sujo do CrossFit. O técnico estava estranhamente familiarizado com o que, normalmente, é uma doença bastante rara. É tão rara que um estudo determinou que a incidência média anual da rabdomiólise é de 0,06%. Isso significa menos de 10 casos em centenas de milhares de pacientes. Como, eu me perguntei, é possível que um instrutor leigo conheça tão bem assim uma doença tão rara, ainda que seja uma doença grave? Será que isso tem algo a ver com o CrossFit? Parece que sim.

Rabdomiólise na visão do CrossFit


Uma rápida busca na Internet revela grandes quantidades de informações sobre rabdomiólise, divulgadas por ninguém menos do que treinadores de Cross Fit. No entanto, garimpar a literatura científica nos principais periódicos de Medicina revela apenas alguns poucos artigos com revisão por pares. A ciência confirma que a rabdomiólise por esforço, a denominação que essa forma da doença recebe às vezes, é incomum e normalmente restrita a militares em treinamento de elite, monstros dos esportes de ultra-resistência e vítimas de um eventual técnico psicótico de futebol americano. A Rabdomiólise não é uma doença comum, mas é tão comum no CrossFit que eles têm até mesmo um cartum para ela, fazendo graça de maneira displicente sobre algo que jamais deveria acontecer.
Mas afinal, o que exatamente é a rabdomiolise? Em condições extremas, as suas fibras musculares explodem. Morrem. Vazam proteína na corrente sanguínea, incluindo uma forma de proteína chamada mioglobina. Os seus rins, sempre alertas, assumem a tarefa de remover essas proteínas perigosas do seu sangue. Por quê? Esse é apenas a função deles. Infelizmente, a mioglobina não foi feita para estar no sangue, em primeiro lugar, e pode facilmente sobrecarregar os rins, os quais podem sofrer dano ou falência em um curto espaço de tempo, sendo assim uma doença potencialmente letal. No nível local, os músculos permanecem arruinados e à beira da morte. Em seguida, há inchaço e fraqueza, conforme aumenta a pressão em torno das fibras musculares restantes. O seu organismo, que normalmente pode tratar danos musculares locais está fora do ar, tentando mantê-lo vivo. Se você chegar até esse ponto, estará em estado grave.
Em alguns casos, ocorre síndrome compartimental aguda, uma emergência médica que pode causar a amputação de membros a menos que o seu tecido conjuntivo seja aberto por meio de corte para reduzir o inchaço, um procedimento chamado fasciotomia. Nada disso deveria ser tratado de uma forma tão corriqueira.
Então, o que aconteceu? Já em 2005, o New York Times noticiou a associação entre a rabdomiólise e a cultura do CrossFit em um artigo intitulado” Getting Fit, Even If It Kills You (Ficando em forma, mesmo que isso cause a morte)". O artigo trazia esta pérola:
“No entanto, seis meses depois, o Sr. Anderson, um ex-ranger do Exército Americano, estava de volta à academia, fazendo exatamente os mesmos exercícios que quase o mataram. “Da forma como vejo, forçar o meu corpo até o ponto em que há uma destruição dos meus músculos é uma enorme vantagem do CrossFit”, ele disse.”
O que o fundador do CrossFit, Greg Glassman, pensa disso?
“Isso pode matar,” ele disse. “Sempre fui totalmente transparente em relação a isso.”
De lá, até 2013, essa cultura mudou pouco, e talvez até tenha aumentado. Como Jason Kessler observou em seu artigo publicado no Medium, “ Why I Quit Cross Fit (Porque parei com o Cross Fit)",”a cultura elitista de ir até o limite aumentou em face dos interesses comerciais que estão tomando conta”. Em relação à cultura, Jason aponta:
“Se você perguntar a um instrutor de CrossFit, ele dirá que eu fui o único culpado pelas minhas lesões. Em uma cultura na qual você é incentivado a treinar o mais rápido e pesado possível, é difícil não entrar na onda. Esperam que você vá até atingir seu limite, mas quando você chega ao limite e paga o preço, é você que foi idiota por ter ido longe demais.”
Em outro exemplo psicótico de como a opressiva cultura do CrossFit pode diminuir o bom senso profissional , um ginecologista disse o seguinte absurdo:
“Senhoras, na minha opinião profissional, é normal urinar ao pular corda.”
Não, urinar durante um treino nunca é normal. Nunca.
Para ilustrar esse ponto, MoveForwardPT.com , o site oficial de informação ao consumidor da Associação Americana de Fisioterapia (APTA), fez um programa de rádio online para responder especificamente a glorificação irresponsável da incontinência urinária causada por esforço, feita pelo Cross Fit O impacto da Rabdomiólise
Às vezes a rabdomiólise melhora com tratamento. Às vezes, continua. Às vezes, seus rins nunca mais são os mesmos. Um comentarista de um fórum observou,
“Eu pareço ter uma “recaída” depois de qualquer treino de resistência. Cheguei nessa situação por treinar demais — Eu estava em uma forma fenomenal. Eu ganhei peso. Fico inchado e estufado. Eu sinto como se a qualidade do meu tecido muscular estivesse diminuindo diariamente — mais do que sem treino de peso. Parece ser desintegração.”


Os efeitos da rabdomiólise podem persistir além da fase inicial de crise.

Minha amiga passou por um efeito de longo prazo similar, embora felizmente menos grave. Já se passaram vários meses e a força do seu tríceps ainda não voltou ao normal. Os seus braços bem definidos ficaram no passado, e foram substituídos por um tecido gelatinoso parcialmente inchado. Uma vez que um músculo se rompe, o tecido muscular é substituído por um tecido cicatricial adiposo e danificado. O resultado é um músculo permanentemente deteriorado, e uma capacidade reduzida para fazer treinos de força. A ironia de flexões serem a causa de braços flácidos ilustra o antigo mantra: Tudo em demasia faz mal.
Os praticantes do CrossFit, em grande parte alheios aos riscos da rabdomiólose, seguirão em frente, pressionados e coagidos alegremente a se exercitarem até atingirem o esgotamento e a exaustão. Minha previsão: em alguns anos, a literatura médica estará cheia de artigos sobre CrossFit e Rabdomiólise. Os profissionais da saúde estarão lá para juntar os pedaços, mas quem irá proteger aqueles que não sabem que estão em risco?
O exercício físico é simplesmente a melhor coisa que podemos fazer com nosso corpo, mas no caso do CrossFit, só nos resta perguntar: este treino vale o risco? A cultura poderá se adaptar para abraçar métodos seguros de treino? Os instrutores estão realmente aptos a detectar a carga de treino adequada para seus atletas? Somente o tempo dirá, mas o futuro do CrossFit poderá depender disso.

Por isso digo e repito sempre, não importa qual atividade física você procure, o mais importante é que ela seja orientada sempre por um profissional de Educação Física que poderá orientar a forma mais segura e eficiente de você executa-la.


sexta-feira, 7 de novembro de 2014

PEDALADA DA SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA


Temos que estimular as políticas públicas para aumentar cada vez mais a quantidade de ciclo vias ou espaços específicos para uso da bicicleta, para que todos tenham condições de usar sua bike como transporte, atividade física ou treinamento.
Usar a bike na academia, na rua, trilhas ou em pistas especificas como treinamento é sabido pela quantidade enorme de benefícios para saúde. Porem o ganho de qualidade de vida que toda uma sociedade pode ter ao começar utilizar a bike como meio de transporte seria incontável, mais podemos destacar a diminuição do transito, poluição entre diversos outros benefícios. REFLETINDO SOBRE ISSO VAMOS ESTIMULAR A TODOS PARA COMEÇAR A PEDALAR!!!